sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Debate entre presidenciáveis é marcado pela falta de confronto



Em um debate marcado pelo engessamento das regras, os quatro principais candidatos à Presidência -Dilma Rousseff (PT), José Serra (PSDB), Marina Silva (PV) e Plínio de Arruda Sampaio (PSOL)- usaram o encontro promovido pela Igreja Católica nesta quinta-feira (23) para repetir as propostas feitas durante a campanha.

Ao contrário dos outros debates, quando os escândalos como o da Receita, da Casa Civil e dos aloprados entraram na pauta, neste encontro não houve trocas de acusações.

A interação entre os candidatos foi restrita a comentários de um sobre respostas dos outros, em dois dos quatro blocos.

Como previsto, o tema aborto foi o que provocou o momento de maior atenção no evento, realizado na Universidade Católica de Brasília, em Taguatinga (DF).

Ao ser questionada pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) sobre o aborto, Dilma voltou a dizer que é contra, mas afirmou defender atendimento na rede pública para mulheres que hoje recorrem a métodos clandestinos "bárbaros".

"A legislação já prevê casos em que o aborto é factível. Não sei se acho que seria necessário ampliar esses casos. Não vejo muito sentido", disse. Marina também se disse contra, mas defendeu plebiscito. Devido às regras, Serra não pode responder.

O tucano patrocinou os momentos de ataque mais direto. Disse não ser "cristão de véspera de eleição", em referência a antigas declarações de Dilma de que tinha dúvidas sobre a existência de Deus, o que ela não repetiu no período eleitoral.

Esse foi o quarto debate entre os principais candidatos nestas eleições. Haverá mais dois até 3 de outubro. Na TV "Record", no domingo, e na TV "Globo", na quinta.

O encontro é também sendo marcado, como nos outros, pelas frases de efeito de Plínio. "Eu provoco riso para me separar e distinguir dos meus adversários", disse.

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