quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Problemas na aplicação do Enem refletem má-administração da educação

A senadora Marisa Serrano (MS) afirmou nesta segunda-feira que os problemas ocorridos na aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) refletem a má-administração da educação durante os dois mandatos do governo petista. A senadora é categórica: “Nossa educação não tem sido tratada como prioridade pelo atual governo federal”. O Enem, criado pelo governo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, avalia a qualidade de ensino no País. “Trata-se de uma ideia que deu certo. Porém, observamos atualmente um sério problema de logística, falta competência para aplicar o exame”, critica Serrano. No total, 4,6 milhões de alunos se inscreveram no Enem este ano.

O exame foi aplicado neste fim de semana. Em todo o País, o cabeçalho dos cartões de resposta estava invertido e parte das provas do caderno amarelo tinha questões duplicadas ou inexistentes. Neste último caso, o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) já admite a possibilidade de novo teste para os dois mil alunos prejudicados. Porém, a Justiça Federal do Ceará suspendeu nesta segunda-feira o Exame Nacional do Ensino Médio, acatando pedido de liminar do Ministério Público Federal – o que gera novo custo aos cofres públicos. A decisão tem efeito em todo o Brasil, mas cabe recurso. A juíza da 7ª Vara Federal, Carla de Almeida Miranda Maia, aceitou a argumentação de ação civil pública que afirma que erros no Enem prejudicaram os candidatos.

O problema do Enem vem à tona uma semana depois da atualização, pela Organização das Nações Unidas (ONU), dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) no mundo. O relatório constata que a má qualidade da educação é o principal entrave para o desenvolvimento do Brasil. Mas a presidente eleita Dilma Rousseff afirma que a educação está “bem encaminhada”. Marisa Serrano contesta a petista. “A presidente eleita tem de olhar a educação com outros olhos, pois nosso ensino não está tão bem como ela pregou em sua primeira entrevista após a eleição”, avalia. “É inadmissível, por exemplo, a sucessão de problemas relacionados à gráfica que elabora as provas do Enem, prejudicando os alunos”, completa.

Ela acrescenta que os investimentos em educação no País ainda são tímidos. O presidente atual chega ao fim do seu mandato com gastos de 5% do PIB (Produto Interno Bruto) no setor. Em termos de gasto por aluno em 2006, entre países da Organização para a Cooperação ao Desenvolvimento Econômico (OCDE), o Brasil era o penúltimo da relação de 33 países.

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