O governo já dá como praticamente certa a nomeação de Henrique Meirelles para dirigir a APO (Autoridade Pública Olímpica), um consórcio das três esferas do Executivo para coordenar as ações dos Jogos Olímpicos de 2016. Segundo o jornal Folha de São Paulo, Meirelles sinalizou "positivamente" à proposta, mas ainda não confirmou se a aceita. Ele estaria preocupado com algumas atribuições e com a divisão de poderes no órgão. O problema é que, hoje, a APO só existe no papel e já enfrenta um impasse político: a Prefeitura do Rio de Janeiro é contra o modelo sugerido pelo governo federal.
Como a criação da autarquia requer aprovação nos legislativos federal, estadual e municipal, qualquer posição formalmente contrária à APO pode inviabilizá-la. Dilma Rousseff chamou o ex-presidente do Banco Central para assumir o posto na última sexta, após reunião entre os dois em São Paulo. A ideia de colocá-lo no comando da APO surgiu no ano passado, após as eleições, e foi afiançada pelo ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, desde o começo. "Não fui consultado sobre outros nomes e imagino que, como é um consórcio de três níveis, vai haver uma consulta", disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Ele afirmou que a última vez que tratou do assunto foi no ano passado, quando o nome mais cotado era o do ministro do Esporte, Orlando Silva. Como ficou no ministério, seu nome foi descartado. A indicação de Meirelles foi bem recebida pelos comitês brasileiro e internacional. A APO tem a prerrogativa de coordenar as ações para a realização da Olimpíada no Rio em 2016, inclusive com poderes para tocar obras e projetos que o Estado, o município e o governo federal não consigam realizar. Pela proposta, o órgão pode ter até 493 cargos de livre nomeação, sendo 37 de diretoria, com salários de R$ 5.000 a R$ 22 mil. Ainda em 2010, Dilma teria se incomodado com os altos salários e o tamanho da estrutura.
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