quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Dilma passa pelo primeiro grande teste hoje com votação do mínimo

O governo da presidente Dilma Rousseff terá nesta quarta-feira (16) seu primeiro grande teste político na Câmara com a votação do salário mínimo, marcada para as 13 horas. A aproximação da votação intensificou as conversas entre os partidos, o governo e as centrais sindicais durante o dia de ontem. Para garantir a aprovação do seu projeto (PL 382/11), que prevê reajuste dos atuais R$ 540 para R$ 545, o governo mandou técnicos para conversar com os deputados, inclusive da oposição.

Na primeira reunião do dia, a base aliada tentou afinar o discurso em torno da proposta do Executivo. De acordo com o líder do governo, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), os partidos aliados comprometeram-se a apoiar o projeto governista. A única exceção foi o PDT, que defendeu o aumento para R$ 560. Vaccarezza admite que poderá haver dissidência em outras legendas da base, mas afirma que ela não será numericamente importante. “Estamos em uma situação confortável. Não trabalhamos com o salário mínimo acima de R$ 545”, disse o deputado. Ele adiantou que o governo se comprometeu a enviar uma medida provisória ao Congresso, logo após a sanção da lei do salário mínimo, reajustando a tabela do Imposto de Renda da Pessoa Física em 4,5%.

Tanto Vaccarezza quanto o líder do PMDB, deputado Henrique Eduardo Alves (RN), disseram que não haverá punição para os dissidentes - como corte nas emendas individuais ao orçamento. Alves afirmou que a proposta do governo mantém a coerência da política de valorização do mínimo, adotada desde 2007, que prevê reajuste com base na inflação do ano anterior, medida pelo INPC, somada ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de dois anos antes. “Esse é o teto [R$ 545]. Ele é coerente e é com ele que vamos ao plenário”, afirmou. O deputado destacou que a mesma política deverá elevar o salário para R$ 616 em 2012, uma vez que o PIB de 2010 teve um crescimento expressivo, o governo estima em 7,6%; o valor exato será divulgado em março pelo IBGE. “Ser da base significa ter bônus e ônus. Dessa vez teremos ônus, mas é importante para o país aprovarmos os R$ 545”, emendou o líder do PR, deputado Lincoln Portela (MG).

No PDT, a opinião também é de que não haverá punição para quem votar de forma diferente da do governo. O líder do partido, deputado Giovanni Queiroz (PA), disse que a posição pelos R$ 560 faz parte da história de luta da legenda, que sempre defendeu reajustes reais para o mínimo. “Isso não é dissidência. É coerência. O governo não vai partir para nenhuma retaliação”, disse Queiroz, que comanda uma base com 26 deputados.

Nenhum comentário:

Postar um comentário