sábado, 15 de janeiro de 2011

Ainda não foi definido os valores para corte no Orçamento

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou ontem (sexta-feira 14), que já esteja definido o valor da redução de recursos que será realizada no Orçamento deste ano. "Não há nenhum número para o corte do Orçamento. Os números não foram construídos ainda, portanto não procedem esses números que aparecem na imprensa. Não é R$ 20, nem R$ 30, nem R$ 40 nem R$ 50 (bilhões)", afirmou Mantega. "Quem falou pela Fazenda não está autorizado a fazer isso", disse.

Reportagem do jornal Folha de São Paulo, desta sexta-feira (14), mostra que o Ministério da Fazenda sugeriu à presidente Dilma Rousseff que o bloqueio de recursos no Orçamento ultrapasse R$ 40 bilhões, além de discutir a possibilidade de que esse valor atinja R$ 50 bilhões, medida que teria como foco atacar desafios importantes como a redução das pressões inflacionárias e a valorização excessiva do real, que prejudica os exportadores.

Segundo o ministro, os cortes começarão a ser definidos na reunião ministerial de hoje, às 14h. "Nós hoje vamos estabelecer os critérios para que cada ministério faça um trabalho, junto com o Planejamento e a Fazenda, de modo a que a gente possa detectar quanto é possível reduzir em cada ministério. Enquanto isso, não haverá números. Esse trabalho vai demorar umas duas a três semanas, porque temos de discutir cada projeto e cada gasto. Depois disso é que vamos levar à presidenta uma proposta de contingenciamento", explicou.

Apesar de afirmar que os cortes só serão definidos após análise de cada ministério, Mantega deu pistas de quais serão os gastos que devem ser contingenciados. "A presidente dará a orientação de que nós devemos fazer uma redução máxima de gastos de custeio. Nós temos de revisar todos os principais gastos de custeio, desde viagens e diárias até contratação de empresas e serviços, aluguel de prédios. Não devemos comprar equipamentos novos, temos de trabalhar com o que temos. Então temos de fazer uma redução sensível dos gastos de custeio", disse. Ele negou que os cortes possam atingir programas sociais. "Eles vão permanecer, não tem como reduzir. A educação está preservada, ela tem um valor constitucional, a saúde tem um valor constitucional também preservado. Mas não tem nada predefinido. Nós vamos olhar se tem gordura em algum lugar, algo que possa ser reduzido. E temos de implementar o princípio da eficiência, sempre é possível aumentar a eficiência, fazer mais com menos gastos. É salutar."

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