O Brasil foi o único país no grupo do Brics (que inclui Rússia, Índia, China e África do Sul) a reduzir o abismo entre ricos e pobres em 15 anos. A constatação está em um estudo, publicado ontem (5), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Apesar dessa redução, o relatório destaca que a desigualdade no Brasil ainda é a maior entre os países do grupo.
O estudo de quase 400 páginas analisa a desigualdade no mundo. Uma de suas conclusões principais é a constatação de que o abismo cresceu também nos países ricos, chegando ao nível mais alto dos últimos 30 anos. Em média, os 10% mais abastados nestes países ganham nove vezes mais que os 10% mais pobres.
No Brasil, os 20% mais pobres viram sua renda crescer, em média 6,6% ao ano na década de 2000, percentual três vezes superior ao índice de crescimento dos 20% mais ricos, de 1,8% ao ano. Isso representa uma aceleração de um processo que já havia começado nos anos 1990, afirmou o relatório.
Pelos dados, no país, os 10% mais ricos ganham 50 vezes mais do que os 10% mais pobres, um dos maiores abismos do mundo, diz o relatório. Os números no Brasil são os maiores entre os emergentes como Chile, México e Turquia.
No Chile e no México, a diferença entre pobres e ricos é de 25 vezes, mas, segundo a OCDE, está caindo. Na Turquia, a diferença é de 14 vezes – a mesma que nos Estados Unidos e em Israel. Nos países ricos, a maior diferença é nos Estados Unidos (14 vezes). Na Itália, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha esse abismo é de dez vezes, e na Alemanha, Dinamarca e Suécia, de seis.
Para a OCDE, a razão por trás da desigualdade nos países ricos se explica pelo abismo entre os salários pagos aos trabalhadores qualificados e a renda dos não qualificados. Paralelamente, esses países vêm paulatinamente cortando os benefícios sociais e esses mecanismos não têm mais a mesma eficácia que tinham nos anos 1990 para combater a desigualdade, ressaltou a OCDE.
"O estudo contraria o pressuposto de que os benefícios do crescimento econômico alcançarão automaticamente aqueles em desvantagem", disse o secretário-geral da organização, Angel Gurría. "Sem uma estratégia ampla de crescimento inclusivo, a desigualdade vai continuar a crescer."
Angel Gurría disse ainda que a qualificação da mão de obra é "de longe o instrumento mais poderoso para conter o aumento da desigualdade". "O investimento nas pessoas deve começar logo na infância e continuar para a educação formal e o trabalho."
O estudo de quase 400 páginas analisa a desigualdade no mundo. Uma de suas conclusões principais é a constatação de que o abismo cresceu também nos países ricos, chegando ao nível mais alto dos últimos 30 anos. Em média, os 10% mais abastados nestes países ganham nove vezes mais que os 10% mais pobres.
No Brasil, os 20% mais pobres viram sua renda crescer, em média 6,6% ao ano na década de 2000, percentual três vezes superior ao índice de crescimento dos 20% mais ricos, de 1,8% ao ano. Isso representa uma aceleração de um processo que já havia começado nos anos 1990, afirmou o relatório.
Pelos dados, no país, os 10% mais ricos ganham 50 vezes mais do que os 10% mais pobres, um dos maiores abismos do mundo, diz o relatório. Os números no Brasil são os maiores entre os emergentes como Chile, México e Turquia.
No Chile e no México, a diferença entre pobres e ricos é de 25 vezes, mas, segundo a OCDE, está caindo. Na Turquia, a diferença é de 14 vezes – a mesma que nos Estados Unidos e em Israel. Nos países ricos, a maior diferença é nos Estados Unidos (14 vezes). Na Itália, Japão, Coreia do Sul e Grã-Bretanha esse abismo é de dez vezes, e na Alemanha, Dinamarca e Suécia, de seis.
Para a OCDE, a razão por trás da desigualdade nos países ricos se explica pelo abismo entre os salários pagos aos trabalhadores qualificados e a renda dos não qualificados. Paralelamente, esses países vêm paulatinamente cortando os benefícios sociais e esses mecanismos não têm mais a mesma eficácia que tinham nos anos 1990 para combater a desigualdade, ressaltou a OCDE.
"O estudo contraria o pressuposto de que os benefícios do crescimento econômico alcançarão automaticamente aqueles em desvantagem", disse o secretário-geral da organização, Angel Gurría. "Sem uma estratégia ampla de crescimento inclusivo, a desigualdade vai continuar a crescer."
Angel Gurría disse ainda que a qualificação da mão de obra é "de longe o instrumento mais poderoso para conter o aumento da desigualdade". "O investimento nas pessoas deve começar logo na infância e continuar para a educação formal e o trabalho."
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