quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alvaro Dias: Existe uma organização do mal no Palácio do Planalto

O escândalo de tráfico de influência envolvendo a ex-ministra Erenice Guerra, braço direito da candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, ultrapassou os limites da Casa Civil e revelou, segundo o senador Alvaro Dias (PR), que existe uma “organização do mal” instalada na administração pública federal.

De acordo com a Folha de S. Paulo de hoje, Israel Guerra, filho da ex-ministra e responsável por intermediar contratos entre empresas privadas e o governo federal mediante propina, usou a estrutura de, no mínimo, mais outros dois órgãos da Presidência da República, além da Casa Civil: a SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

“A nova denúncia só demonstra que existe uma organização do mal na administração federal, que tinha origem na Casa Civil e alcançava outros setores. O esquema ocorreu ao lado da sala do presidente”, afirmou Dias. “O tráfico de influência foi bancado pela ex-ministra, o que exige uma investigação séria e isenta.”

A Secretaria de Assuntos Estratégicos e o Gabinete de Segurança emprestaram funcionários e equipamentos como computadores para sócios e amigos de Israel Guerra. A informação foi identificada pela sindicância interna do Planalto que investiga a participação de servidores no escândalo da Casa Civil, processo que ocorre em sigilo para blindar a candidatura petista.

DILMA ROUSSEFF TEM QUE SER OUVIDA

A comissão descobriu que o computador utilizado por Gabriel Laender na SAE foi acessado várias vezes com a senha de Vinícius Castro, ex-assessor da Casa Civil e sócio de um filho de Erenice na Capital. O disco rígido desse computador, segundo a Folha, foi levado pela comissão de sindicância no dia 6 de outubro.

Os acessos do computador, segundo o jornal, foram feitos em outubro do ano passado. A MTA Linhas Aéreas, representada por Fábio Baracat, a partir daquele mês, começou o pagamento de propina para a empresa dos filhos de Erenice.

Preocupado com a onda de corrupção no coração do governo, o senador Alvaro Dias pretende esclarecer se a ex-ministra Dilma Rousseff teria conhecimento do esquema de tráfico de influência na Casa Civil. Por isso, apresentou à Comissão de Constituição e Justiça do Senado requerimento convidando-a para prestar depoimento. O governo, no entanto, tem impedido a votação do convite.

“Nós propusemos o convite para a candidata Dilma depor na Comissão de Constituição e Justiça porque tudo ocorreu sob a égide do seu mandato de ministra ( Dilma ocupou o cargo até março, quando saiu para concorrer à Presidência). É claro que a candidata não pode ser excluída da investigação, como tenta acobertar o Planalto”, lamentou Alvaro Dias.

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