terça-feira, 26 de outubro de 2010

Depoimento de piloto reforça existência de irregularidades na Casa Civil

Os deputados federais Arnaldo Madeira (SP) e Luiz Carlos Hauly (PR) afirmaram nesta sexta-feira que o depoimento do ex-piloto de motovelocidade Luís Corsini à Polícia Federal vem reforçar a existência de um esquema de tráfico de influência e distribuição de propina instalado na Casa Civil – ao lado do gabinete presidencial.

No depoimento, Corsini admitiu que pagou R$ 40 mil a Israel Guerra, filho da ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra, para obter um patrocínio de R$ 200 mil, concedido pela Eletrobrás, em 2008. De acordo com o jornal O Globo, o ex-piloto afirmou: “Eu só consegui o patrocínio porque ele (Israel) entrou no circuito.” Curiosamente, o mesmo pedido havia sido rejeitado pela estatal no ano anterior (2007).

Madeira afirmou que a declaração é mais uma comprovação do grau de corrupção do governo petista e da falta de espírito republicano do PT. “A corrupção vem comprovar a falta de honestidade do atual governo, a ponto de confundir o público com o privado”, criticou. “Funciona ao lado do gabinete do presidente um esquema de corrupção jamais visto no País.”

O valor da “taxa de sucesso” – eufemismo para propina – foi quitado em três parcelas, segundo o ex-piloto. A primeira teria sido arcada com um cheque da Federação Brasiliense de Motociclismo do Distrito Federal, a uma quantia de R$ 9 mil. O dinheiro era parte do patrocínio que recebeu da Eletrobrás por intermédio da federação.

Durante o depoimento, Corsini disse que fez o pagamento em agosto de 2008 e, logo em seguida, desembolsou mais R$ 11 mil em espécie. De acordo com o ex-piloto, passados dois meses, ocasião em que foi liberado o patrocínio, ele pagou mais R$ 20 mil a Israel.

Para Arnaldo Madeira, virou rotina o envolvimento dos chefes da Casa Civil em escândalos de corrupção. “Dois deles (Erenice Guerra e José Dirceu) saíram pela porta dos fundos”, recordou. “Já Dilma Rousseff passou por uma série de escândalos: participou de dossiê contra a ex-primeira-dama Ruth Cardoso, se reuniu com a ex-secretária da Receita, Lina Vieira, para pedir agilidade nas investigações do Fisco em empresas da família Sarney, entre outros.”

Luiz Carlos Hauly afirmou que foi instalado um balcão de negócios na Casa Civil, na cara do presidente da República. “A Casa Civil virou um balcão de negócios, um balcão de negociatas, um balcão de falcatruas, um balcão de tráfico de influência, onde se cria dificuldades e se elimina as facilidades”, rebate.

O deputado ainda cobrou explicações da candidata petista à Presidência, Dilma Rousseff. “Funcionava um esquema de forma ilegal, despudorada e antiética. Dilma Rousseff deve explicação ao povo brasileiro, pois ele era ministra da Casa Civil quando o esquema de corrupção começou.”

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