sexta-feira, 2 de setembro de 2011

PSDB é contra o menor rigor fiscal e queda de investimentos no Orçamento 2012



Os deputados do PSDB que fazem parte da Comissão Mista do Orçamento (CMO) preveem uma tramitação tumultuada e com conflitos para o projeto de lei orçamentária para 2012, encaminhado nessa quarta-feira, ao Congresso. O motivo é a dificuldade do governo de colocar em prática uma política de austeridade fiscal, que vem sendo pregada pela área econômica, e a queda no volume de investimentos.

Na contramão do mercado financeiro, o texto do Executivo ignora as previsões de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) abaixo de 4%, estimando crescimento de 5% no próximo ano, como forma de controlar o aumento dos gastos. A proposta ainda estabelece receitas superiores aos recordes já obtidos este ano. Por desprezar todas as projeções dos analistas, o texto vem sendo considerado uma peça de ficção.

Para Raimundo Gomes de Matos(CE), as estimativas de evolução da economia apresentadas são excessivamente otimistas. O Planalto, segundo ele, não observa a crise dos mercados internacionais. Apesar da alta arrecadação, ele avalia que o pagamento de juros da dívida consome a maior parte dos recursos, prejudicando os investimentos. “Essa dívida se paga com verba que seria para investimento e salários e para fortalecer os recursos humanos”, apontou.

Ele acrescenta que a infraestrutura deveria ser prioridade, mas o governo pensa diferente. O programa “Minha Casa Minha Vida”, por exemplo, teve corte de R$ 1 bilhão, em relação ao Orçamento de 2011. O total destinado ao PAC ficou em R$ 42,5 bilhões, R$ 1 bilhão a menos. E os investimentos das estatais, a maior parte excluída das metas de ajuste fiscal, foram reduzidos: de R$ 107,5 bilhões (2011) para R$ 106,8 bilhões.

Em entrevista à “Agência Câmara”, o coordenador do PSDB na Comissão de Orçamento, deputado Rogério Marinho (RN), afirmou que o Executivo terá de negociar constantemente. Caso contrário, a proposta não será aprovada até 22 de dezembro, prazo limite determinado pela Constituição.

Marinho cita a crise econômica e a falta de previsão orçamentária para algumas despesas importantes, como a compensação dos estados pela desoneração da Lei Kandir, bandeira defendida pelo partido.

“O deputado Arlindo Chinaglia, relator da proposta, terá que adequar todas essas situações”, afirmou. O tucano também acredita que a União não vem controlando as contas públicas, apesar do discurso recente de austeridade fiscal. “O custeio continua crescendo mais do que o PIB”, disse.

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