segunda-feira, 25 de julho de 2011

Operação Corcel Negro



A operação Corcel Negro desencadeada no dia 22/07/2011 pela Polícia Rodoviária Federal, Ministério Público Estadual, IBAMA e Polícias Civil e Militar do estado da Bahia, teve seu ponto de partida em 2008 com a percepção da PRF/BA com relação ao intenso índice de apreensões de carvão transportados de forma irregular nas rodovias federais da Bahia, quando eram apresentados documentos falsos, como nota fiscal e DOF – Documento de Origem Florestal.

A PRF produziu um relatório bastante consistente, com informações decorrentes das ocorrências policiais e do levantamento de dados no período de 2007, 2008 e 2009, que foi apresentado ao Ministério Público da Bahia. A união entre a PRF, MP/BA e o IBAMA para investigar as ações criminosas foi fundamental para descobrir uma verdadeira organização criminosa que agia no desmatamento ilegal de áreas de florestas nativa com a utilização da mesma autorização de exploração por diferentes usuários e propriedades; na produção ilegal de carvão em fornos clandestinos em grande escala; atuação de agenciadores na intermediação entre produtor, comerciante e transporte, utilizando falsificações de DOF e Notas Fiscais, além da reutilização destes documentos; criação de empresas fantasmas para o esquema; a descoberta da produção e exportação de aço brasileiro com selo de sustentabilidade ecológica por quatro grandes usinas siderúrgicas mineiras que se utilizavam deste esquema. Estima-se que a organização chegou a movimentar cerca de 70 milhões com o negócio ilegal.

Aqui na Bahia, foram cumpridos 26 mandados de busca e apreensão, além de 21 mandados de prisão. O resultado foi: 15 prisões e uma prisão em flagrante; Foram apreendidos: 15 armas de fogo, 1236 munições de vários calibres, dois carregadores de pistola e diversos cartuchos de cal. 12 deflagrados, seis pendrives, 29 CPU's, três notebooks, 44 celulares, quatro chip's, seis disquetes, R$ 215.004,30 (duzentos e quinze mil, quatro reais e trinta centavos), duas motosserras, cinco aves silvestres, 341 maços de cigarros, seis cofres, 1,5 Kg de pólvora, um facão, uma impressora para notas fiscais, um carimbo da SEFAZ, 922 comprimidos de medicamentos controlados, duas máquinas fotográficas.

Dentre as prisões na Bahia destacam-se a empresária de Bom Jesus da Lapa, Ana Célia Coutinho Rocha, vulgo Xinha, apontada como uma das maiores intermediadoras do esquema no país que ostentava grande poder econômico; Abraão Gomes dos Reis, por ser o administrador financeiro da organização, preso em Juazeiro e transportado no avião da Polícia Rodoviária Federal para Barreiras; Jader Wilton Oliveira Costa, o Jadinha, que é ex-vereador e ex-candidato a deputado estadual da cidade de Carinhanha e sete atuais e exservidores da Secretaria de Meio Ambiente (SEMA), entre os quais três exsuperintendentes do órgão, que emitiam licença para supressão da vegetação sem a devida reposição florestal, dentre outras irregularidades.

Todo o material apreendido será analisado pelo Ministério Público Estadual e os presos foram encaminhados para a Polícia Judiciária

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