Na reunião do Conselho Universitário da Universidade Federal da Bahia (Ufba), terminada por volta das 19h30 desta quarta, 20, foi aprovada uma moção que reconhece a legitimidade dos movimentos grevistas dentro da instituição – de professores, servidores técnico-administrativos e estudantes.
Com isso, uma das reivindicações dos estudantes – a suspensão do atual calendário de aulas até que a greve seja encerrada – deve ser atendida. “Os alunos têm direito à reposição das aulas. Ao fim da greve, o Conselho de Ensino da Ufba vai definir um novo calendário”, explicou o professor Miguel Accioly, do Instituto de Biologia da Ufba e integrante do comando de greve dos docentes.
Apesar de docentes terem realizado uma assembleia, no Salão da Reitoria, em paralelo à reunião do Conselho Universitário, e prometerem (juntamente a estudantes e servidores) uma manifestação às 9 horas desta quinta, no Campo Grande, a adesão ao movimento paredista ainda não é total.
No último dia 7, um referendo promovido pela Associação dos Professores Universitários da Bahia (Apub) havia decidido pela não deflagração da greve. A posição do comando de greve é a de não reconhecer o referendo, sob alegação de que o mesmo foi convocado pela diretoria da Apub e não por uma assembleia geral.
“Se a diretoria da Apub acha que não deve haver greve, que venham falar democraticamente. Não estamos em uma greve isolada, várias unidades do país estão aderindo. Essa crise econômica está se convertendo em agressões contra os direitos dos trabalhadores”, desabafou Carlos Zacarias, professor de história da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas.
Na manifestação marcada para esta quinta, é esperada a presença de professores da rede estadual de ensino público, em greve há cerca de dois meses. A caminhada está prevista para seguir até o Centro Histórico. Entre as principais reivindicações dos docentes da Ufba estão a reposição salarial de 22,08%, reestruturação de carreira em 13 níveis salariais e melhores condições de trabalho.
Novas vagas - A reitora da Ufba, Dora Leal, informou que a instituição está trabalhando para atender as demandas de professores, alunos e servidores. “A Reitoria precisa de tempo e, em muitos casos, de recursos. Continuamos em diálogo com o governo federal”, falou a reitora, confirmando o reconhecimento às reivindicações dos grevistas.
Ela disse que estão em fase de licitação a implantação do sistema de ônibus para transporte exclusivo de alunos entre os campi e de pontos de distribuição de refeições (como o restaurante universitário) nos campi do Canela e São Lázaro, além de Barreiras e Vitória da Conquista. Em relação à admissão de novos docentes, Dora falou que aguarda a presidente Dilma Roussef sancionar projeto de lei criando os cargos. “Temos novos cursos em vista e precisamos de profissionais”.ATARDE
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